
Em �poca de disputas de selfies, ganha quem tem prud�ncia. No domingo, dois homens morreram afogados enquanto tentavam tirar a famosa foto na Cachoeira da Farofa, na Serra do Cip�, em Santana do Riacho, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Os corpos foram encontrados ontem de manh�. O caso serve de alerta. A busca por fotografias em lugares extremos pode ser perigosa. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os casos envolvendo a tecnologia t�m sido recorrentes e � necess�rio maior conscientiza��o acerca do risco. Ainda mais em �poca de f�rias escolares, em que locais como cachoeiras, lagoas, rios e represas s�o procurados para o lazer.
Cinco mergulhadores do Corpo de Bombeiros participaram do resgate, iniciado �s 6h. Foram cerca de 40 minutos at� a localiza��o e retirada das v�timas. De acordo com o o subtenente Wellington, que participou do resgate, a corpora��o teve dificuldades na ocorr�ncia: “Chegamos l� no domingo � noite, mas n�o dava para chegar � cachoeira, pois estava escuro e o local � de dif�cil acesso. Come�amos os trabalhos hoje (ontem) de manh�, a �gua estava mais gelada que o normal”.
AVISO “Tem gente que acaba perdendo o limite do toler�vel. A pessoa precisa ficar perto das pedras seguras, n�o tentar ir para o meio em lugares mais fundos se n�o sabe nadar bem, n�o se expor demais”, alerta o tenente Sandro Aloisio Matilde J�nior. Ele acredita que a busca por curtidas nas redes sociais exp�e as pessoas a esse tipo de risco: “Vivemos em uma sociedade em que a imagem est� cada vez mais relevante. As pessoas querem a melhor foto e perdem a no��o do perigo”.

Neste ano, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atendeu a 400 ocorr�ncias de afogamento at� maio. Em 2018, foram 937 casos, e 835 em 2017. O tenente Sandro, que j� teve um amigo morto na Cachoeira da Farofa, alertou que as pedras de l� tendem a ser mais escorregadias, principalmente no per�odo de f�rias. “S�o pedras muito lisas e que, quando molhadas, escorregam muito. Por ser uma cachoeira mais pr�xima da portaria, muitas pessoas v�o para l�. Com muita gente entrando e saindo da �gua, as pedras ficam sempre molhadas”, explica.
O caso do afogamento de domingo tamb�m deixa o alerta para quem tenta resgatar a v�tima. “O afogado tem instinto natural de preservar a pr�pria vida. Ele tenta se salvar e acaba puxando a pessoa”, conta o tenente. A recomenda��o � nunca tentar salvar algu�m mergulhando junto. Os bombeiros orientam jogar algum objeto que flutue. “Pode ser uma boia, bola, peda�o de madeira, pneu, qualquer coisa que ajude at� a chegada dos bombeiros. At� uma garrafa PET fechada e vazia serve”, afirma o tenente Sandro. *Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina
Acidente semelhante em setembro de 2018
Outro caso parecido ocorreu h� menos de um ano no estado. Em setembro, uma jovem de 17 anos morreu afogada ap�s cair em uma cachoeira na cidade de Santa Margarida, na Zona da Mata. Taynara Claudina Ferreira estava com duas primas na Cachoeira do Fabinho quando tentou tirar uma selfie com o telefone celular em uma �rea mais perigosa e acabou escorregando. As parentes da v�tima contaram � pol�cia que, na queda, Taynara bateu a cabe�a e foi levada pela �gua por aproximadamente cinco metros, at� ficar submersa, presa nas pedras. As primas dizem que n�o conseguiram salvar a v�tima e foram buscar ajuda. Voltaram 20 minutos depois com outro parente que resgatou a jovem das pedras. Taynara foi levada ao Hospital Dr. Jatyr Guimar�es de Paula, mas j� chegou sem vida.